Eu fui plagiado
Relatos de um plágio na logomarca da Prefeitura de
Apodi
"Se cheguei até aqui foi porque me apoiei no ombro
dos gigantes".
Sir. Isaac Newton
E de repente eu me deparo com um convite inusitado de
um certo vereador: “Vamos criar uma proposta inovadora, diferente para a marca
da prefeitura de Apodi?”. Algumas noites sem dormir, algumas pesquisas, rafes
no papel, esboço bem apresentado. Chegou a hora de desenhar a tão esperada
marca. Cada cor no seu tom certo, cada curva
no ângulo ideal, cada elemento pensado, justificado, explicado. Convicção,
certeza de um trabalho digno e diferente de tudo que Apodi já tinha visto.
Abandonei as cores partidárias, assumi as múltiplas cores em consonância com a
diversidade cultural da terra onde tive o prazer de nascer e morar até os 3
anos de idade. A fonte, inspirada nas pinturas rupestres que ilustram um dos
vários cartões postais. Um slogan arrebatador: nossa cidade, que exprimia o
sentimento de união e de desejo por uma nova administração sempre justa com
todos.
Reunião, café, grafias impressas em papel couchê,
folhas e mais folhas de argumentação teórica. Apresentação da marca, elogios,
incentivos. Apresentei a marca para o então vereador que me fez a solicitação e
uma pessoa mais, um tal de futuro secretário de Turismo da cidade, que na
ocasião sequer sabia do posto. Mais elogios, conversas descontraídas e um
compromisso de uma reunião para apresentar a marca ao futuro prefeito, Sr.
Flaviano Monteiro.
Horas, dias, semanas, meses e nada da reunião.
Ansiedade, até o ponto do desleixo. Não queria mais saber da marca, perdi o
amor, o carinho, parei de anestesiadamente admirar meu trabalho. De repente, às
19 horas do dia 28 de dezembro, o então secretário de Turismo, Isaac Newton
Paiva, reúne imprensa em grande festa para apresentar sua criação: “a nova, não
tão nova, marca da administração”. Pasmem. Ele copiou a minha marca. Sabe o
amor de mãe? Meio feroz? Voltou todo. Raiva, ira, ódio, calma, pensamentos.
Resolvi conversar com o “designer”, entre aspas mesmo, pois não passa disso. O
mesmo titubeou, andou para lá, andou para cá e claro, assumiu que houvera
copiado minha idéia. Disse que não tinha como explicar o inexplicável, uma
frase quase filosófica, digna daquele que inspirou o seu nome. Ora, explicar o
que? Que cometeu um crime? Na verdade, ele teve a “inteligência”, de novo entre
aspas, de mudar algumas coisas, trocar alguns traços, meio sem explicação,
formando uma Fênix. Imaginem, é como um pai ver seu filho fantasiado de monstro
no Halloween... fica feio, mas dá para identificar facilmente.
Pois bem amigos, apresento a vocês a marca
verdadeira, a original, de onde surgiu toda essa inovação apresentada pelo seu
criador. A verdadeira marca.
Um abraço a todos.
Fonte: Facebook/ Texto: Túlio Dantas