terça-feira, 13 de dezembro de 2011

EM RESPOSTA AO PROF. JOÃO ABNER


            A opinião do professor/doutor João Abner Guimarães, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), contraria ao projeto de irrigação da chapada, onde argumenta que a água da barragem não tem vazão suficiente para atender ao mesmo.  Temos o maior respeito, mas precisamos trava um amplo debate sobre o assunto, pois de acordo com estudos técnicos do DNOC´S existem demandas e disponibilidades hídricas para atender ao projeto. Este é o sentimento e a posição de representante de associações, cooperativas e secretaria de agricultura de Apodi, assim, temos a obrigação de fazer alguns esclarecimentos:
            O distrito irrigado da chapada do Apodi, na visão de algumas lideranças do movimento rural, associações e cooperativista, têm como objetivo somar com todo o patrimônio criado com suor e lágrima pelos trabalhadores, governo e organizações sócias existente no município, onde hoje é um dos maiores celeiros de produtos da agricultura familiar do Rio Grande do Norte,
            O professor também espalhar a informação que o distrito irrigado da chapada do Apodi será para as grandes empresas do agronegócio, faltando conhecimento por parte do mesmo ou apenas mau vontade em suas colocações, pois o numero e área dos lotes padrões, segui a seguinte distribuição: número e área dos lotes padrões, tipo pequeno produtor área 8 (ha)/ número de lotes por tipo 305/ total por tipo 2440, técnico nível médio área 16 (ha)/ número de lotes por tipo 120 /total por tipo 1920, profissionais em ciências agrárias área 24 (ha)) número de lotes por tipo 25/ total por tipo 600 e empresários área 48 (ha)/ número de lote por tipo 5/ total por tipo 240 e no total geral 5200 (ha). Ficando os assentamentos do INCRA fora do projeto. Os sete assentamentos dentro do perímetro irrigado têm um baixo assinado solicitando ao governo federal a inclusão no projeto.
            O que temos de garantir com organização e luta é a execução desses números, onde mostra que 82% do projeto é destino para agricultura familiar, considerando que geralmente os estudantes de ciências agrárias são filhos de agricultores, talvez esse seja o único modelo no Brasil, já levando em conta o potencial de produção da agricultura familiar existente em Apodi. Algumas lideranças do movimento rural, presidentes de associação de trabalhadores, cooperativas e secretaria de agricultura da Apodi, estão construídas uma alternativa de viabilidade do projeto com PROPOSTAS PARA O PERÍMETRO IRRIGADO, referente à desapropriação: Cópia do projeto e Mapas das propriedades a serem desapropriadas e suas respectivas áreas, apresentando de forma clara os critérios de seleção, compra, venda, forma e prazo de pagamento para os lotes; Os 305 Lotes de 08 hectares devem ser destinados somente para a pronafianos e comercializados entre os mesmos; As propriedades desapropriadas terão que ter lotes destinados aos proprietários e seus filhos; Caso os proprietários com residências fixas nas áreas desapropriadas optaram por permanecer no local, deverá ser respeitadas um limite mínimo de 2 ha; O valor da terra a ser desapropriada seja o valor de mercado;  Instalação de forma imediata de um escritório com técnicos do DNOC’S para esclarecimento de eventuais duvidas em relação ao projeto de irrigação.
            Produção: Criação de um distrito dentro do projeto para ser destinado à produção de produtos orgânicos; Proibir a pulverização aérea das áreas irrigadas; Priorizar o cultivo orgânico e ou agro ecológico; Fornecer aos produtores kit para energia tipo tarifa verde; Apresentar de Forma detalhada o pagamento da energia utilizada nos lotes; Pesquisa e acompanhamento técnico através das instituições durante a execução e gestão do projeto como o IFRN, EMPARN e UFERSA; Garantir assistência técnica continuada através de cooperativas técnicas para os produtores dono dos lotes. Essas são algumas das reivindicações que discutimos em reuniões realizadas nos assentamentos e na secretaria de Agricultura de Apodi.
            Fico um pouco triste, pois acredito que só com conhecimento, tecnologia e educação iremos  garantir um desenvolvimento sustentável, segundo o professor João Abner a solução apresentada pelos os pesquisadores é: Transpor  2 metros de água por segundo da barragem para o vale do Apodi. Caro amigo, o vale do Apodi está irrigado através de poços tubulares, amazônicos e a perenização do rio Apodi, que garanti aos moradores duas safras ao ano. Somos o maior produtor de arroz vermelho do estado, e o segundo do país, ficando atrás só do vale do Pianco na PB, segundo informação do eng. Agrônomo da secretaria de agricultura de Apodi senhor Damião, a cadeia produtiva do arroz trabalhar com 500 famílias, com uma área plantada de 700 (ha) com duas safras ao ano, gerando uma receita de seis milhões de reais, na sua pesquisa deveria aparecer que os produtores do vale, não estão precisando de água e sim, da imediata implantação da tarifa verde, que diminuiria o custo de produção e o vale aumentaria 60% da sua produção de alimento.
             A solução é levar água para o Vale?  Enquanto existe na chapada do Apodi o segundo maior rebanho de caprino do estado, onde poderia ser maior se existisse água suficiente para fazer uma política de produção de alimento e enfrentar o período de estiagem, como exemplo: a criação através de piquetes rotativos, dentro dos lotes com a plantação de forragem, para não acontecer como em 2010, onde a Secretaria de Agricultura em parceria com os criadores transportou 350 toneladas de milho da CONAB de Mossoró e uma infinidade de palha de milho do projeto cabeça preta no ceará-CE, para podemos escapar o nosso rebanho. Caro professor no livro o nordeste e as lavouras xerófilas do Dr. José Guimarães Duque, p 163, onde o Dr. Tomaz Pompeu diz que: No ceará, a lavoura tradicional de gêneros alimentícios, a cada 10 anos é que tem duas safras de 100% de aproveitamento. Os estudos não são recentes, mas, com certeza nada mudou o quadro de dependência da cultura de subsistência que vossa excelência deseja aos moradores da chapada.
            A dependência dos moradores da chapada em relação a operação carro pipa coordenada pelo exército em parceria com a prefeitura, é enorme. São 350 pipas mensais (pipa 12 mil litros de água) para o abastecimento humano, já que operação só garante a água para o consumo humano, o produtor/criador tem que pagar o abastecimento para o consumo animal. O movimento rural organizado tem que buscar com esse projeto garantir água potável para o consumo humano e animal da chapada, só a solução desse problema, já justificaria parte do investimento.
           A apicultura dentro do projeto de irrigação, talvez seja o maior desafio desse empreendimento, o funcionamento do perímetro irrigado com uma cadeia produtiva que tem muito a crescer na região. O município de Apodi não aparecia em anos anteriores entre os dez principais produtores de mel do país, mas, segundo dados do IBGE foi o segundo produtor em 2009 no Brasil, os três primeiros colocados foram os municípios de Limoeiro do Norte (CE), Apodi (RN) e Picos (PI) com 550, 500 e 496 toneladas respectivamente, atualmente o município de Ortiqueira (PR) é, agora o segundo maior produtor de mel do Brasil e o maior do estado, o município produziu 510 toneladas no ano passado.
             Porque que em 2010, não conseguimos ficamos em segundo lugar, garantindo o que conseguimos em 2009.  O maior problema da apicultura no nordeste é a ausência de chuva que gera uma alta taxa de mais de 50% de enxameação , ou seja, as abelhas abandonam as colméias com crias e rainha, elas não suportam os longos períodos de estiagem, pois precisam de água para várias tarefas na colméia, com a estiagem migram para outra região e quando o inverno começa voltam, dependendo do registro de chuva muita colméia não produz igual a uma que não enxameou, então a orientação técnica para resolver é a instalações de apiários em sombra e fornecimento de água potável.   Com o canal de distribuição de água no lotes com certeza as abelhas vão captar água para as suas necessidades. Por isso temos de garantir através de lei a proibição da pulverização aérea. Não acredito que em lotes de oito 8 hectares, tenha viabilidade econômica, mesmo nos lotes empresarial de 48 hectares, pois os defensivos lançados nas plantações afetam o sistema nervoso das abelhas, ninguém pode nega essa realidade. O que temos que fazer é ajustar o perímetro irrigado para a nossa realidade no sentido de buscar geração de renda garantindo a fixação do homem no campo, ao contrário dos que não procuram viabilizar o projeto em prol da agricultura familiar, através do uso de tecnologias, capacitações e consultorias, como por exemplo, criação um soneamento para os criadores, já que a chapada do Apodi tem uma área de 45 mil hectares e o perímetro irrigado vai ocupar apenas 5200 hectares.  
            O projeto de irrigação da chapada do Apodi está em andamento como um trem deslizado sobre os trilhos de ferro, cada vagão tem vários desafios. Alguns segmentos que deveriam buscar soluções para resolver e justar uma linha de desenvolvimento sustentável e justa trabalha para descarrila esse trem. Fica difícil mais não impossível, acredito na capacidade de organização do nosso povo.
Antonio Eron da Costa
Subsecretario de Agricultura de Apodi

Nenhum comentário:

Postar um comentário